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21/02/2019

CATEGORIA

Psicologia

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ansiedade aulas educacao escola filhos professores saúde volta a saulas

Volta às aulas: como lidar com a ansiedade

A volta às aulas é um momento delicado e de muita ansiedade para os pequenos. Retomar o ano letivo pode causar diferentes emoções, pois estavam vivendo dias de lazer e retomar o cotidiano não é tão simples assim e, pode gerar ansiedade e estresse.

Primeiro vamos começar falando sobre a adaptação escolar. Ela acontece sempre quando a criança se depara com seu primeiro contato com o ambiente escolar. Também pode ocorrer em uma mudança de escola ou quando a criança passa para uma nova etapa de ensino. Em todas as idades, até mesmo quando somos adultos, o novo gera insegurança e ansiedade, mas é na educação infantil que estes processos tendem a acontecer com mais intensidade e sofrimento visto que as crianças pequenas, ainda sem compreender muito bem seus sentimentos e emoções, se deparam com situações incomuns da sua rotina: atividades diferentes, crianças e adultos estranhos e regras diferentes da sua casa. E experimentam tudo isso sem a proteção e apoio dos seus pais. Diante destas situações, algumas crianças sentem medo. Estes medos vão diminuindo e sessando com o passar do tempo, quando a criança vai criando confiança no espaço, nas pessoas e em si mesma. Cada criança fará esta transição no seu tempo, em média variando em torno de algumas semanas, dependendo das suas experiências anteriores relacionadas à separação e do apoio da família.

O sentimento dos pais

A maioria dos pais sentem culpa por ter que voltar a trabalhar e deixar o filho na escola. Após passar tanto tempo cuidando com amor e carinho dos seus filhos agora, os pais se deparam com necessidade da separação. Nunca é fácil, mas tende a ser muito mais sofrido e doloroso se os pais alimentarem fantasias em relação a este momento. Ao contrário disso, se alimentarem bons sentimentos e expectativas, este momento tende a ser superado e vivenciado com mais facilidade.

Entenda o que você está sentindo neste momento. Culpa, angústia, tristeza, insegurança? É normal pais vivenciarem este sentimento neste momento, mas entenda que você é espelho para a criança. A criança percebe estes sentimentos em você, os absorve e reproduz da mesma forma. O melhor a ser feito neste caso é resolver estas suas questões internas. Isso é mais fácil quando você entende e fica seguro de que a escola será um ótimo lugar para o seu filho e, que este momento será especial na vida dele, pois ganhará aprendizagem e crescimento. Lembre-se de que a criança tem estímulo o tempo todo na escola, e isto vai lhe proporcionar situações que ele não teria se estivesse em casa. Na escola a criança aprende a socialização, bons hábitos, horários para as refeições, a solidariedade, a partilhar, a aguardar sua vez para falar, a integração com o grupo, a respeitar. Desenvolve a motricidade ampla e fina, tem maior desenvolvimento da fala, do raciocínio, a resolver conflitos, etc.

O que fazer para amenizar esta angústia?

O que mais você pode fazer para amenizar esta angústia? Visite a escola, pesquise, questione a escola sobre o funcionamento, regras, professores, número de alunos por turma, quais os espaços que ele transita, sobre a rotina de alimentação e sono. Para você se tranquilizar, também vale buscar apoio de outros pais que já conhecem a escola e também passaram por este momento de adaptação.

É normal a separação entre mãe e filho ser mais difícil do que com outros familiares. Então, se normalmente é a mãe que leva a criança na escola, e a despedida está sendo difícil, com choros e resistência para ficar, tente fazer uma troca por uns dias e peça para outra pessoa levá-lo, como o pai ou a avó.

Dedicar-se ao trabalho ajuda a ocupar a cabeça e dá menos espaço para fantasias. Para aqueles pais que não trabalham fora, vale arrumar algo prazeroso para fazer nas horas que o filho estiver na creche ou escola.

Você também pode ligar uma vez ao dia para a escola para saber como está seu filho. Isso também ajuda a se acalmar e vai criando confiança e vínculo da família com a escola.

O negócio é respirar fundo e enfrentar este momento. Logo esta fase passará e a adaptação escolar será mais um passo vencido entre vocês, de muitos ainda que virão na vida do seu filho.

Sentimentos da criança

O início da vida escolar é o primeiro grande desafio de uma criança, ao se deparar com muitas coisas novas e sem a proteção e presença dos pais: nova rotina, novas regras e novas relações sociais. Cada criança tem seu tempo para se sentir segura e confiante neste espaço novo, portanto não compare o seu filho com outras crianças, e saiba que a atitude correta dos pais é fundamental neste processo de adaptação escolar. Ajude seu filho a superar as dificuldades deste momento, e ele sairá desta experiência forte e seguro.

Conversar sobre o assunto pode auxiliá-lo a controlar a ansiedade e diminuir temores. Conversem sobre a amizade com as outras crianças, sobre o carinho e cuidado que vai receber da professora e sobre as brincadeiras legais que ele vai fazer e atividades que ele vai aprender na escola. Muito importante passar segurança em relação ao horário de buscá-lo e organize-se para cumprir este combinado todos os dias no mesmo horário.

Se ele estiver chorando e muito inseguro, durante o caminho para levá-lo à escola, auxilie seu filho a entender o que está sentindo, isso vai acalmá-lo. Nomear as emoções básicas como tristeza, medo, raiva, alegria e nojo, faz com que ele entenda que todas são importantes e aprenda a lidar com elas.  Saiba que o choro faz parte do processo de adaptação, é normal e reflete esta angústia da separação. Tenha calma e paciência e encoraje seu filho com frases curtas e positivas. Assim a despedida fica alegre e não se estende muito. Quanto mais curto, mais rápido passa esse sofrimento da separação. Use frases como: “Vá lá se divertir com os amigos”, “ Vai ser um dia muito divertido”, “Você vai ter um ótimo dia.” Para a criança pequena se sentir segura também é indicado deixar ela levar nos primeiros dias um objeto que seja familiar, como um brinquedo para dormir abraçada ou um paninho.

Seja persistente, e não aproveite a primeira manha da criança para desistir de tudo e levá-la para casa. Normalmente o choro dura apenas alguns minutos e logo a criança se distrai e esquece.  A adaptação é um processo que deve ser feito gradualmente, por isso tenha paciência e evite outras mudanças na vida da criança neste momento, pois elas podem atrapalhar ainda mais este processo.

SOBRE O AUTOR

Luana Janssen Teixeira

Psicóloga - CRP: 07/19992

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