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DATA

20/11/2020

CATEGORIA

Geral Psicologia

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Dia da Consciência Negra

No dia de hoje, 20 de novembro, é o dia da Consciência Negra. Foi criado em 2003 até ser oficialmente instituído em âmbito nacional mediante a lei nº 12 519, de 10 de novembro de 2011, mas já era celebrada desde os anos 70 no âmbito das lutas dos movimentos sociais.

Em 1970, um grupo gaúcho cunhou 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra, idealizado pelo poeta, professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, também fundador do Grupo Palmares.

Este dia dedica a reflexão sobre o papel do negro na sociedade brasileira e coincide com a morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Grande líder na época, Zumbi lutava pela libertação de seu povo do sistema escravagista da época.

Mais do que isso, este dia suscita discussões sobre racismo, discriminação, igualdade social e cultura afro-brasileira.

O Brasil contemporâneo apresenta um cenário péssimo para a população negra. Estudo do IBGE divulgado em 12/11/20 revela que a população negra enfrenta os piores índices sociais no país. Pretos e pardos têm maiores taxas de desocupação e informalidade do que brancos, estão mais presentes nas faixas de pobreza e extrema pobreza e moram com maior frequência em domicílios com algum tipo de inadequação.

Como exemplo, a taxa de desocupação em 2019 foi de 9,3%, para brancos, enquanto que para pretos ou pardos foi de 13,6%. Entre as pessoas ocupadas em trabalhos informais, o percentual de pretos ou pardos chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%. Outro dado relevante é a população ocupada de cor ou raça branca ganhando em média 73,4% mais do que a preta ou parda. Entre as pessoas abaixo das linhas de pobreza do Banco Mundial, 70% eram de cor preta ou parda, enquanto a população que se declarou com essa característica era de 56,3% da população total. Importante ressaltar que a maioria de pessoas matriculadas no ensino superior público brasileiro é negro, assim como sua população em geral apresenta índices demográficos com maioridade da população declarando-se como preta ou parda.

Ainda, negros são as maiores vítimas de homicídio do país. De acordo com o Atlas da violência, 75,5% das pessoas assassinadas no Brasil são pardas ou negras, equivalendo a 49.524 vítimas. A possibilidade de um jovem negro ser vítima de homicídio no país é 2,5 vezes maior que se comparada a um jovem branco. Em 2019, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 74,5% das pessoas assassinadas em intervenções policiais são pretas ou pardas.

Fica evidente a discussão sobre tema de extrema relevância em um dia triste para toda a sociedade brasileira ao deparar com crime bárbaro de violência que resultou na morte de um homem negro. Reiteramos o dever das classes profissionais de saúde no zelo e na garantia do cumprimento de direitos fundamentais e equidade entre as pessoas. Salienta-se o compromisso social em busca dos Direitos Humanos e cidadania.

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SOBRE O AUTOR

Kelly Reis

Psicóloga CRPRS 27077

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