Quando somos tomados pelas incertezas dos prognósticos, ou alimentados pela iminente escassez de recursos financeiros para testes e tratamento que possam proteger a população e principalmente os profissionais da saúde contra infecções, e ao tempo envolvidos com imposições de medidas de saúde pública desconhecidas que por sua vez, atravessam a liberdade de cada indivíduo e com isto grandes e imensuráveis perdas financeiras, seguidas de um conflitante e descontrolado conflito de autoridades, são sem sombra de dúvida, fatores que por sua vez se somarão aos principais elementos do estresse , contribuindo assim para o sofrimento emocional generalizado e o aumento considerável do risco de doenças psiquiátricas associada ao Covid-19.
Sem qualquer sombra de dúvida, sabemos que emergências públicas afetam a saúde, a segurança e o bem-estar do indivíduo, trazendo com ela insegurança generalizada, confusão, isolamento emocional e causando cicatrizes irreparáveis, seguida da perda econômica causada pelo fechamento de postos de trabalhos, escolas e outros estabelecimentos dentro da cadeia comercial. Todos estes efeitos, podem ser resumidos em uma série de reações emocionais individuais ou coletivas, levadas pelo sofrimento, ou por comportamentos não saudáveis, como o uso excessivo de substâncias sejam elas, medicamentosas ou ilícitas.
Por outro lado, a existência da não conformidade apresentada pelas diretrizes de saúde pública em pessoas que contraem a doença e na população em geral, demonstram que o sofrimento emocional é universal em todas as populações afetadas. Estudos comprovam que depois dos desastres, a maioria das pessoas é resiliente e não se dão por vencidos à psicopatologia, uma vez que muitas delas acabam encontrando pontos fortes de superação.
Entretanto, em desastres naturais como a pandemia do Covid-19, a grande maioria são acometidas e a principal preocupação é o transtorno de estresse pós-traumático, conhecido como TEPT, que por sua vez é um distúrbio de ansiedade que se manifesta em decorrência do sofrimento por experiência de atos violentos ou situações traumáticas, como a infecção viral com risco de vida oriunda do Covid-19.
Evidências são claras que em alguns grupos a vulnerabilidade pode ser maior do que em outros, em particular, para os indivíduos que por sua vez são acometidos pela doença, os de alto risco, o que inclui idosos, pessoas com função imunológica ou aqueles que por sua vez recebem cuidados em locais compartilhados, como asilos.
Recente revisão das consequências psicológicas além do estresse inerente da própria doença, são as diretivas de confinamento domiciliar em massa, o que inclui a ordem de permanecer em casa, a quarentena seguida do isolamento, o que aumenta substancialmente a preocupação sobre como as pessoas irão reagir individualmente ou coletivamente a esta situação. Estudos recentes comprovam que estas pessoas apresentam resultados emocionais abalados, seguido de depressão, irritabilidade, insônia, medo, confusão e principalmente nas crianças e adolescentes, um alto índice de raiva e frustração.
A pandemia trazida pelo Covid-19 tem implicações alarmantes para a saúde individual e coletiva e também para o funcionamento emocional e social. Apesar das oportunidades de monitoramento e acompanhamento das necessidades psicossociais e fornecer apoio durante os encontros presenciais com o paciente estarem reduzidos nesta crise pelo confinamento domiciliar em larga escala, a La Salle Saúde, e sua equipe de profissionais mantém os atendimentos regulares de apoio a saúde mental sendo eles presenciais ou online com todos os protocolos necessários para os cuidados formais da saúde mental, promovendo o bem estar e melhorando o enfrentamento neste momento.
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