Até o século XVIII, as crianças eram retratadas como homens de tamanho reduzido, sem peculiaridades e sem proteção. Com a diminuição da mortalidade infantil – e por consequência o apego – assim como o surgimento de escolas (que uniu instituições religiosas ao evento da pedagogia), a infância foi passando por uma transformação.
Etimologicamente, a palavra infância tem origem no latim infantia, do verbo fari = falar, onde fan = falante e in constitui a negação do verbo. Portanto, infans refere-se ao indivíduo que ainda não é capaz de falar.
Hoje, a infância significa o período de crescimento que vai do nascimento à puberdade, ou seja, do zero aos doze anos de idade. Ao mudar a concepção do “homem reduzido” para o “vir a ser”, a infância tornou-se fase
de admiração e zelo. A psicologia, que outrora definia a infância de maneira mais rígida e generalista, hoje foca no estudo desta importante fase no que se refere ao comportamento humano, considerando seus aspectos biológicos,
afetivos, cognitivos e sociais.
O psicanalista infantil Winnicot (1896 – 1971), dedicado a estudar e trabalhar com crianças, constatou a importância do brincar para a construção da identidade pessoal. Assim, o brincar é o principal meio de aprendizagem da criança ao proporcionar a socialização e o desenvolvimento interno.
A Ludoterapia é a psicoterapia adaptada para o tratamento infantil, através do qual a criança, brincando, projeta seu modo de ser. A psicoterapia infantil busca ajudar a criança, através da brincadeira, na expressividade de conflitos e dificuldades, e na integração e adaptação social. A família torna-se importante instituição ao longo da infância, sendo que ali ocorre a observação do mundo: o grande ensaio para a vida. A participação dos pais é fundamental para o tratamento porque há importante ligação ao quadro apresentado pela criança. Não fala-se em culpa, mas refere-se ao
reflexo na criança sobre a dinâmica familiar.
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