O Acidente Vascular Cerebral (AVC) refere grande impacto individual e socioeconômico na vida do sujeito que o sofre. As limitações impostas pelo AVC comprometem a vida social, incluindo limitações funcionais, estrutura do corpo, limitação para realização de atividades e restrição na participação social. Segundo a World Health Organization (WHO, 2016), o AVC é a segunda maior causa de morte no mundo, responsável por 6,7 milhões de óbitos em 2012. O Ministério da Saúde (2017) adverte que no Brasil, entre as principais causas de morte, as doenças cerebrovasculares estão em primeiro lugar, seguidas do infarto agudo do miocárdio.
Em 2014 o grupo com 80 anos ou mais representou aproximadamente 37% dos óbitos e a incidência foi semelhante em ambos os gêneros. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2030, o AVC continue sendo a segunda maior causa de mortes no mundo. Hoje, segundo Ministério da Saúde (2017), o Brasil conta com 68 mil mortes por AVC ao ano. As lesões no Sistema Nervoso Central (SNC) aferem sequelas que variam em gravidade dependendo do local atingido, extensão da lesão e condição do indivíduo. Como há pouca ou nenhuma regeneração do SNC, as melhoras observadas pós AVC são decorrentes dos fenômenos na plasticidade e não de reparo estrutural. Assim, a reabilitação no AVC é baseada em evidências da neuroplasticidade, uma vez responsável pela recuperação dos movimentos.
A plasticidade neural é entendida como a habilidade do cérebro na recuperação de uma função através da proliferação de neurônios, migração e interações sinápticas. Em relação as sequelas mais danosas, estão aquelas relativas à comunicação na linguagem oral e escrita devido à lesão cerebral, que evidenciam o isolamento social e quadros depressivos. A saber, há dois tipos de AVC: o AVC isquêmico, que resulta da falência do vaso para suprir adequadamente o tecido cerebral de oxigênio e nutrientes, e o AVC hemorrágico, que resulta do extravasamento de sangue para dentro ou no entorno das estruturas do SNC.
O risco do AVC se acentua por volta dos 60 anos e à partir desta idade, dobra a cada 10 anos. Outros fatores são hereditariedade, hipertensão arterial (que aumenta a incidência em três vezes ou mais), tabagismo, alcoolismo e doenças cardíacas. A rede de apoio familiar e social favorece a melhora funcional e relacional do paciente, amortecendo todo o impacto negativo da limitação acometida. O apoio social age ao passo que o paciente percebe que é amado, cuidado e valorizado por outros, através de comunicações e obrigações mútuas. Após a ocorrência da doença, a pessoa muitas vezes perde totalmente sua autonomia e depende do cuidado de terceiros, frequentemente um familiar. Assim, após o abandono do mercado de trabalho e outras tarefas rotineiras, a consequente diminuição da renda familiar explica o prejuízo do domínio nas relações familiares e sociais.
Cabe lembrar que o AVC pode ser evitado e prevenido. Em muitos casos, vale tratamento preventivo se há fatores de risco: hereditariedade, hipertensão, uso de álcool, tabaco e outras drogas. Para isso, hábitos saudáveis, alimentação adequada e prática de exercícios distanciam a probabilidade de acometimento.
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