O suicídio é um assunto delicado, cercado de mitos, medo e desinformação. Por essa razão é comum que, na intenção de ajudar, algumas pessoas adotem condutas inadequadas, piorando a situação.
Seguem alguns exemplos:
• Fazer a pessoa sentir-se culpada por querer morrer, por meio de afirmações que envolvam entes queridos, crenças religiosas, etc.
Exemplo: “Não pense assim, você têm filhos que precisam de você”. Ou: “Se você fizer isso, irá sofrer, pois só Deus pode tirar a vida”.
• Minimizar o sofrimento da pessoa, comparando-a aos outros.
Exemplo: “Você está exagerando, pois tem saúde e família. Tanta gente está em situação pior e não pensa nisso”.
• Incentivar o ato como forma de assustar ou conscientizar a pessoa.
Exemplo: “Então está bem, tire sua vida. Deixará pessoas que o amam. Se não conseguir, ainda poderá sofrer consequências e sequelas disso”.
• Julgar a pessoa, vendo-a como covarde.
Exemplo: “Você está sendo covarde. Basta querer e não sentirá mais isso”.
NADA DISSO AJUDA. POR QUÊ?
Não ajuda porque o sofrimento da pessoa é real e o que ela quer é acabar com a dor. As condutas aqui apenas abordadas farão com que ela se sinta ainda mais incompreendida e impotente. Isso alimentará sua já tão frágil autoestima, ela não se sentirá validada e o sentimento de desesperança crescerá.
ENTÃO, O QUE É ADEQUADO?
Colocar-se à disposição da pessoa, mostrando que você está fazendo o possível para enxergar a situação a partir da ótica dela, é um ato de empatia. Ela se sentirá validada e verá que alguém está disposto a entendê-la. Assim ficará mais fácil pensar junto e buscar soluções. Ela compreenderá que você quer de fato colaborar e será mais fácil fazê-la aceitar que precisa de ajuda especializada, ou seja, de profissionais da psicologia e da psiquiatria, os quais poderão avaliar a situação com propriedade e cuidado.
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